O papel dos executivos na atualidade tem ido muito além das decisões estratégicas e da gestão operacional, passando a integrar a representação comunicacional que molda a percepção pública sobre a empresa e os valores que ela transmite.
A nada nova frase de que “empresas são feitas de pessoas” ganha ainda mais significado na era da conectividade e da transparência, em que a comunicação empresarial não pode se restringir aos canais institucionais ou às declarações oficiais. Com isso, o executivo passa a carregar consigo a identidade da organização em cada declaração ou interação, reforçando a imagem corporativa por meio da sua presença digital, em todos os meios e canais em que trafega.
Uma pesquisa realizada pela Hootsuite destacou que organizações com lideranças ativas na internet são mais bem percebidas. Somado isso, três a cada quatro consumidores afirmaram que ter um CEO influenciador torna uma marca mais confiável. Esses dados evidenciam que a voz dos líderes não apenas comunica decisões, mas também molda a confiança e a credibilidade da empresa no mercado.
Diante dessa realidade, a comunicação de líderes precisa de atenção estratégica constante, não apenas para potencializar os propósitos da empresa, mas também para preservá-la de qualquer inadequação.
A personalização da voz da empresa passa, portanto, pelo direcionamento da comunicação dos seus líderes, que não deve impor discursos artificiais ou moldar comportamentos forçados, mas alinhar a narrativa pessoal dos executivos com os valores institucionais de forma coerente e autêntica.
Treinar e gerir as vozes das lideranças envolve alicerçar a condução dos propósitos que eles representam. Empresas que entendem isso não apenas fortalecem e asseguram suas marcas, mas também constroem comunidades leais e atentas ao que seus executivos compartilham.
Por outro lado, executivos que compreendem essa dimensão do seu papel desenvolvem muito mais os ativos estratégicos da empresa, para além dos seus próprios, impulsionando engajamento e credibilidade de forma ainda mais autêntica do que as campanhas publicitárias, de forma isolada, poderiam alcançar.
Não se trata de transformar executivos em “creators digitais”, mas fazer das suas criações e percepções sobre o universo que os cerca, um potencial estratégico.
Erika Baruco