Comunicação estratégica: um ativo invisível que sustenta reputações

Em um ambiente em que a reputação das organizações é formada, e colocada à prova, de forma quase instantânea, a comunicação estratégica ocupa um lugar central, ainda que muitas vezes invisível. Invisível porque seus efeitos não são, à primeira vista, mensuráveis em métricas diretas, e central porque é justamente ela que sustenta a coerência entre o que uma instituição declara ser e o que o mundo percebe dela. Não há reputação sólida construída apenas com boas intenções, tampouco apenas com bons produtos ou serviços, pois ela se ancora, antes de tudo, na articulação mediada da linguagem e do comportamento.

Desde a teoria dos stakeholders de R. Edward Freeman, é sabido que a sobrevivência e o sucesso das organizações dependem da qualidade das relações estabelecidas com todos os públicos envolvidos, e não apenas com investidores ou consumidores. Dentro dessa lógica, a comunicação deixa de ser um canal reativo e passa a ser um eixo estrutural da governança, articulando sentido entre partes, traduzindo valores institucionais em práticas narrativas e preservando vínculos em meio à complexidade e à constante transformação do mundo.

A construção da reputação como ativo intangível foi amplamente aprofundada por estudiosos do meio, definindo-a na instância corporativa como a percepção coletiva sobre o caráter e a competência de uma organização, formada a partir da consistência entre identidade, imagem e desempenho. Isso exige, evidentemente, uma comunicação que não se limite à transmissão de mensagens, mas que opere estrategicamente como um sistema vivo, em constante diálogo com os ambientes interno e externo.

Ao longo dos mais de 25 anos em que atuo com comunicação, pude acompanhar de perto como líderes e instituições podem subestimar, ou descobrir tardiamente, o papel da comunicação estratégica como agente de confiança. Já estive ao lado de instituições com crises éticas, de empresas familiares em transições delicadas, de gestores tentando reverter desinformação em tempo real. Em todos esses contextos, a diferença não estava apenas no que se dizia, mas em como e quando se dizia e, especialmente, na necessidade de respaldar o discurso com atitudes coerentes. É nesse ponto que a comunicação deixa de ser ferramenta e passa a ser estrutura, e é nesse momento, mais do que em qualquer outro, que comunicar bem não representa apenas falar com clareza, mas garantir relevância, empatia e coerência em cada gesto, discurso e até no silêncio.

Mas é importante destacar que a comunicação estratégica não atua somente nos momentos de crise, devendo anteceder o problema e permanecer depois que ele passa. Seu papel é organizar e reorganizar os significados para evitar os ruídos e sustentar a reputação como um processo contínuo de entrega e percepção de valor.

O grande desafio é que, por ser invisível aos olhos de quem apenas valoriza resultados imediatos, a comunicação estratégica segue subestimada em muitos espaços decisórios. E quando quando tratada como algo periférico, improvisado ou subordinado a preferências pessoais, ela acaba por perder força institucional e também a chance de construir legitimidade, engajamento e confiança, que são agregadores fundamentais em tempos de alta exposição, aceleração digital e polarização de discursos.

As organizações que atravessam cenários adversos com menos danos à imagem pública têm, quase sempre, um ponto em comum: investem em estruturas sólidas de comunicação, com profissionais qualificados, processos maduros e escuta ativa. Elas compreendem que reputação é um bem frágil que não se compra, não se acelera, e muito menos se manipula. Ela é conquistada pela constância entre o que se promete e o que se entrega, comunicada com consistência, inteligência e respeito à complexidade das relações humanas.

Nas analogias que tanto gosto de ilustrar, vejo que assim como os alicerces de uma construção não aparecem nas fotografias, mas sustentam tudo o que está acima deles, a comunicação estratégica pode ser entendida como a que opera fundamentalmente nos bastidores da reputação. Sem ela, o discurso institucional se esvazia, a imagem se torna vulnerável e a confiança se desfaz ao menor sinal de incoerência.

Erika Baruco

Executivos influenciadores aumentam a conexão de lideranças com marcas empresariais

O papel dos executivos na atualidade tem ido muito além das decisões estratégicas e da gestão operacional, passando a integrar a representação comunicacional que molda a percepção pública sobre a empresa e os valores que ela transmite.

A nada nova frase de que “empresas são feitas de pessoas” ganha ainda mais significado na era da conectividade e da transparência, em que a comunicação empresarial não pode se restringir aos canais institucionais ou às declarações oficiais. Com isso, o executivo passa a carregar consigo a identidade da organização em cada declaração ou interação, reforçando a imagem corporativa por meio da sua presença digital, em todos os meios e canais em que trafega.

Uma pesquisa realizada pela Hootsuite destacou que organizações com lideranças ativas na internet são mais bem percebidas. Somado isso, três a cada quatro consumidores afirmaram que ter um CEO influenciador torna uma marca mais confiável. Esses dados evidenciam que a voz dos líderes não apenas comunica decisões, mas também molda a confiança e a credibilidade da empresa no mercado.

Diante dessa realidade, a comunicação de líderes precisa de atenção estratégica constante, não apenas para potencializar os propósitos da empresa, mas também para preservá-la de qualquer inadequação.

A personalização da voz da empresa passa, portanto, pelo direcionamento da comunicação dos seus líderes, que não deve impor discursos artificiais ou moldar comportamentos forçados, mas alinhar a narrativa pessoal dos executivos com os valores institucionais de forma coerente e autêntica.

Treinar e gerir as vozes das lideranças envolve alicerçar a condução dos propósitos que eles representam. Empresas que entendem isso não apenas fortalecem e asseguram suas marcas, mas também constroem comunidades leais e atentas ao que seus executivos compartilham.

Por outro lado, executivos que compreendem essa dimensão do seu papel desenvolvem muito mais os ativos estratégicos da empresa, para além dos seus próprios, impulsionando engajamento e credibilidade de forma ainda mais autêntica do que as campanhas publicitárias, de forma isolada, poderiam alcançar.

Não se trata de transformar executivos em “creators digitais”, mas fazer das suas criações e percepções sobre o universo que os cerca, um potencial estratégico.

Erika Baruco

A era da autenticidade fabricada

Esta semana estive em um podcast onde fui questionada sobre a autenticidade e a sua relação com o engajamento nas mídias sociais, um tema que, confesso, tem me incomodado há um tempo.

A autenticidade sempre foi reconhecida como um diferencial de impacto, mas, paradoxalmente, a sua busca massiva e nada original por padrões replicados, fórmulas prontas de “originalidade” e uma estética previsível que se vende como espontânea, tem diluído o seu valor. Ou seja, a autenticidade foi transformada em estratégia, um modelo de sucesso, desvirtuando a genuinidade de indivíduos e marcas.

Criadores de conteúdo, empresas e influenciadores perceberam que o público valoriza o que é real, ou pelo menos parece ser, e passaram a reproduzir essa “realidade” como um método. O que vemos a partir dessa estratégia é um celeiro de iguais, onde todos soam, gesticulam e se posicionam de forma semelhante, fazendo da autenticidade um formato, não uma essência.

Redes sociais como TikTok e Instagram são laboratórios desse fenômeno, com uma estética amplamente disseminada sobre o que é “real”: vídeos caseiros com iluminação controladamente “natural”, erros de fala estrategicamente mantidos para parecerem espontâneos, falas abruptas, intensas e emocionadas, e até legendas que imitam a escrita descuidada, mas que são cuidadosamente pensadas para gerar engajamento.

Grandes empresas também passaram a se comunicar com o público como se fossem criadores independentes, assumindo um tom descolado, utilizando memes e simulando diálogos casuais, ainda que por trás dessas interações haja equipes de marketing altamente treinadas. O público, por sua vez, aceita esse jogo, muitas vezes sem perceber que está interagindo com uma representação da autenticidade, e não com a autenticidade em si.

O problema da cópia do autêntico é que como tudo que é replicado à exaustão, perde a sua força. Quando todos utilizam as mesmas estratégias para parecerem únicos, o resultado é a mesmice, fazendo com que o que deveria se destacar se torne mais um na multidão.
Temos nesse cenário uma outra importante implicação: a padronização da espontaneidade que se torna previsível e limita a criatividade pelo que já foi validado pelo algoritmo e pelo mercado, faz com que conteúdos de criadores que não seguem esse padrão sejam descartados em suas entregas.

Mas será que temos luz no fim desse túnel? Em um primeiro plano já vemos um público despertando, percebendo a repetição dos padrões e deixando de cair como antes nessa estrutura de comunicação montada.

À medida que essa consciência aumenta, deveremos ver rótulos vazios perderem engajamento, o que deverá voltar a centrar os espaços para aqueles que se projetam com o que realmente faz sentido em seu discurso.

Nessa esteira, marcas e criadores que desejarem se destacar e, especialmente, se manter, precisarão ir além para transmitir valores em identidades únicas e verdadeiramente próprias.

Erika Baruco.

Como equilibrar participação e direção na liderança democrática

Como Equilibrar Participação e Direção Na Liderança Democrática

Acredito que, na atualidade, não caiba mais discutir sobre a necessidade da participação democrática dentro do exercício da liderança, sob a qual a comunicação estratégica é o fio condutor entre todas as partes envolvidas.

No entanto, é inegável que em um espaço onde todos têm voz, o desafio está em garantir que decisões sejam tomadas de forma assertiva, sem dispersão ou perda de foco. Ou seja, garantir que a autoridade cumpra seu papel decisório, mantendo o grupo coeso em seus propósitos.

À medida em que a necessidade da liderança é incentivar a expressão das ideias, há também a necessidade da estruturação de um ambiente que propicie uma participação produtiva, com escuta ativa para a devida interpretação, conexão e devolutiva qualificada de todos. Na teoria parece fácil, mas sabemos que não se trata de uma condução exatamente racional ao considerarmos a pluralidade de pensamentos e comportamentos em meio a bagagens de liderados construídas para além da cultura organizacional.

Como gosto de compor analogias, aqui eu sinalizaria a liderança como a condução de uma orquestra em que cada músico tem um papel único e essencial, mas é o maestro quem deve estabelecer o ritmo e a harmonia. Nessa composição, o líder democrático deve permitir que as vozes individuais ressoem, ao mesmo tempo que define a direção e os critérios para que as decisões sigam uma lógica em linha com objetivos da empresa.

Mas, e na prática, como fazer com que a liderança seja exercida com integração de vozes e harmonia de evoluções? Existem metodologias de gestão comunicacional que podem fazer a diferença, as quais eu destaco quatro:

Reuniões estruturadas e intencionais – Inserção de técnicas como o “round de contribuições”, em que cada participante tem um tempo delimitado para expor sua visão e garanta a participação equilibrada de todos.

Feedback orientador e contextualizado – Sempre que possível, estruturar as devolutivas em três níveis: o que foi considerado, o que precisa de ajustes e qual o impacto da decisão final.

Tomada de decisão transparente – O grupo precisa compreender os critérios que fundamentam as escolhas para evitar frustrações e fortalecer o compromisso coletivo. Métodos como “matriz de decisão” ou “escolha por consenso direcionado” ajudam a filtrar ideias sem comprometer a legitimidade da liderança.

Exercício de síntese e alinhamento – Ao final de qualquer discussão, se faz importante resumir os principais pontos e definir um caminho resolutivo. Isso evita que a multiplicidade de ideias gere paralisia decisória e assegura que a equipe entenda as próximas etapas.

Em conclusão, que está longe de se fechar em uma fórmula restrita, a liderança democrática é uma prática constante de abertura de caminhos e ajustes de rotas, em que a comunicação estratégica, essa disciplina que eu absolutamente entendo como alicerce estrutural de tudo e de todos, assegura que a despeito de opiniões contrárias, os processos decisórios mantenham o senso de pertencimento, confiança e respeito.

Erika Baruco.

A comunicação como espelho da liderança ética

A comunicação como espelho da liderança ética

Se tem algo que sempre defendo, é que liderança não se resume ao que ela comunica, mas às decisões que ela toma frente ao que comunica. Mas é inegável que a forma como ela comunica impacta nos resultados das decisões que comunica.

E quando falamos de forma, não podemos separar um elemento de extrema importância e que se revela em cada escolha de palavra, cada silêncio e cada gesto público ou privado de quem está no comando: a ética.

Isso significa que é na prática da liderança, especialmente no lidar com as oposições que ela encontra pelo caminho, que é posto à mesa a coerência sobre seus discursos de virtuosidade e humanidade.

Líderes que comunicam com respeito e responsabilidade não apenas preservam suas reputações, mas ajudam a estabilizar ambientes tensionados e a proteger as instituições que representam.

Nunca é demais lembrar que o impacto dessas práticas se dá em diferentes esferas, pois um líder que fala não está apenas verbalizando ideias, ele está moldando cultura, determinando limites e influenciando o comportamento de todos ao redor. Se ataca, ensina a atacar, se escuta, autoriza a escuta, se cala diante da injustiça, compactua com ela.

E aqui eu abro um parêntese para trazer um dado importante sobre um sentimento comum que tem se apresentado em relação às lideranças na atualidade. Segundo o relatório Edelman Trust Barometer, publicado em janeiro deste ano, 7 em cada 10 pessoas acreditam que líderes políticos, empresariais, e até jornalistas, tendem a enganar o público, sejam expondo informações que sabem ser falsas ou exagerando em suas apresentações.

Esses dados revelam a percepção mais clara de uma parcela da população em relação ao que pode estar beirando à superfície de lideranças públicas, em um cenário em que certamente se diferencia quem se mostra com integridade e verdade. Líderes que conseguem se manter firmes em suas posições sem recorrer à destruição do outro. Líderes que sabem promover um bom debate, mesmo em campos opostos. Líderes que sustentam argumentações maduras, não agressões travestidas de retórica.

Um belo exemplo de liderança que não canso de citar sempre que tenho a oportunidade, é o da Jacinda Ardern, ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, que se destacou mundialmente pela maneira como comunicava as suas pautas. Ao enfrentar oposições, crises de segurança e decisões polêmicas, ela manteve um padrão comunicacional ético, direto e humano. Ganhou credibilidade não pela unanimidade, mas pela integridade, até mesmo quando anunciou a sua renúncia ao cargo.

No cotidiano de lideranças corporativas, institucionais ou públicas, o mesmo princípio se aplica, revelando que quem se comunica com ética, lidera com autoridade.

Definitivamente, não basta mais ser tecnicamente competente, pois a solidez da liderança é julgada pela maneira como ela se apresenta, especialmente nos momentos em que ela é confrontada, e por sua habilidade de pacificar no lugar de guerrilhar, de curar no lugar de ferir, e de proteger o que e quem ela deve representar.

Erika Baruco.

MUNDO VUCA, NOVO NORMAL E A BOA E VELHA COMUNICAÇÃO

Imagem de um tablet com a sigla VUCA e suas explicações

O conceito de Mundo VUCA, com suas características de volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade, nunca teve tanto sentido como em 2020.

 

Imagem de um tablet com a sigla VUCA e suas explicações

 

Vivemos os últimos 8 meses, após o surgimento da covid-19, uma reviravolta de todos os planos e execuções que tínhamos para o ano. E a sigla VUCA, que nasceu na década de 90 diante de um cenário de guerra pelos EUA, e nas décadas seguintes foi usada pelo mundo corporativo para lidar com meios cada vez mais efêmeros, imprecisos, confusos e duvidosos, passou a nos remeter a um sentimento real de MUVUCA. Sim, àquele atrelado à confusão, excesso e dispersão em meio ao caos.

As mudanças que vinham sendo direcionadas pelas inovações tecnológicas e seus impactos sobre a formação, profissão, produção e consumo, pontuadas por alguns estudiosos no tema, como o historiador Yuval Harari, em As 21 Lições para o Século 21, sofreram uma aceleração sem precedentes com a pandemia.

Diante desse novo cenário a comunicação, que também já vinha sendo apontada como um diferencial competitivo da nova era, tanto para o desenvolvimento de carreiras como de negócios, passou a requerer um posicionamento ainda mais estratégico, onde a habilidade de filtro na busca por conhecimento frente ao excesso de informação, e o foco assertivo na forma de divulgação, tem separado os destinos entre o evoluir e o sucumbir.

Se por um lado os dados se apresentam como ferramental essencial para que empresas conheçam os hábitos e necessidades de clientes e consumidores, de todas as espécies, saber como e quando chegar até eles é ainda mais importante. Pois, do lado de lá, eles, os consumidores, também nunca tiveram tantas possibilidades de acesso à informação, perdendo-se facilmente em um abismo de dispersão.

E isso se replica igualmente quando falamos de desenvolvimento de carreiras, onde o movimento, o conhecimento constante e, especialmente, onde e como os aplicar pode definir o destino dos talentos.

Em síntese, em meio às muitas vertentes impostas por um mundo VUCA impactado pelo “novo normal” tornou-se ainda mais necessário saber focar a informação que nos leva a aprender e, a partir dela, apreender, empreender e transcender para vencer.

 

Erika Baruco,  head da Baruco Comunicação

 

SEO x Consistência

SEO X Consistência
É possível convergir informação nas mídias digitais com engajamento e qualidade.
SEO X Consistência
SEO X Consistência

 

Produzir conteúdo no universo web com a missão de engajamento para a conversão de leads ganhou novo status a partir da aplicação de técnicas de otimização para as plataformas de buscas. A afirmação de que estes recursos devem agregar conteúdos de qualidade parece óbvia, mas no decorrer deste texto acredito que ficará claro para a grande maioria de que esta realidade está longe de ser alcançada e que o mercado está atuando essencialmente na contramão da equação SEO = conteúdo relevante.

É fato de que sem as técnicas de Search Engine Optimization as produções de conteúdo para plataformas digitais estão fadadas ao ostracismo. E ainda que estejam presentes no cenário há algum tempo, estas tem evoluído rapidamente e com ótimos recursos para ampliar seu poder de alcance frente a um frenético crescimento da concorrência no ambiente digital.

Mas é fácil observar a discrepância existente entre a aplicação das técnicas de SEO com a produção de informações consistentes, estratégicas e que de fato consigam convergir públicos em leads assertivos para os clientes, que configurem em interesse efetivo para a compra de um produto, serviço ou para a aderência à proposta de uma marca, de uma causa, ou qualquer que seja o objetivo da ação.

A razão para isso está no background de agências voltadas exclusivamente para as tecnologias, para a geração de acessos, sem aprofundamento com o negócio do cliente e, especialmente, sem profissionais com expertise para a produção de conteúdos, entre eles jornalistas e relações públicas, cuja essência se pauta pela investigação e pelo relacionamento, respectivamente. Este cenário pode se tornar ainda mais crítico quando a produção de conteúdo deve contemplar não apenas venda, mas sua aplicabilidade em segmentos de complexidade regulatórias e com alto grau de riscos como, por exemplo, a área da saúde.

Não à toa, o que vemos em massa são agências promovendo campanhas que “bombam” acessos nas plataformas de seus clientes, apoiados em relatórios pouco didáticos destacando números encantadores a custos de clicks cada vez mais altos, mas com ROI baixíssimo.

O Melhor dos Mundos

Na contramão da escassez de produção de conteúdo estratégico para plataformas proprietárias, vemos ganhar força o movimento do brand content a partir dos veículos de comunicação, onde o jornalismo se reinventa adequando suas bases e conceitos para a inserção de vendas subliminares dentro de linhas editoriais.

Sem dúvida, o melhor dos mundos se dá com a união dos dois canais, brand e content, com a melhor estratégia de SEO, e é fato de que um não pode mais andar sem o outro, mas sim se integrarem, ampliando as oportunidades de negócios para todos.Sabemos que as inovações tecnológicas transformaram e irão transformar ainda mais a forma de consumir produtos e informações, e ainda que não tenhamos capacidade para antever com clareza tudo o que vem pela frente em termos de desenvolvimento de novas ferramentas e plataformas, sabemos que a essência do que nos motiva a consumir não muda.

Comunicação em saúde: Não é mais possível subestimar o paciente

Quando falamos em comunicação em saúde temos um amplo aspecto a considerar, prevendo os diversos meios de atingimento de pacientes – partindo do seu atendimento direto por um médico ou profissional aliado -, e da população em geral – por meio de divulgações em diferentes formatos de mídias.

É notório que o desenvolvimento dos canais de comunicação na internet democratizou o acesso às informações sobre os mais variados temas em saúde, e ainda que se discuta a sua segurança, em grande parte elas somam para o melhor entendimento de pessoas sob suspeita de algum diagnóstico ou já em tratamento de doenças.

Diante deste caminho sem volta, em que cada vez mais médicos e serviços de saúde recebem pessoas munidas de questionamentos baseados em pesquisas na web, é importante preparar os profissionais, e isso envolve toda a gama atuante no contato direto com o paciente, sobre as novas dinâmicas de atendimento a este perfil de usuários.

Não é mais possível subestimar e negligenciar a informação que vem do leigo, em primeiro lugar por respeito e direito que deve estar no cerne de todo atendimento médico, mas também pelo diferencial competitivo que isso implica na escolha, adesão, seguimento e indicação de pacientes – e seus responsáveis – que usufruem de um serviço de saúde.

A relação médico-paciente e seus desdobramentos têm inicio, meio e fim na base comunicacional e no universo de possibilidades que se abrem a partir da relação direta durante os atendimentos e, a partir daí, de suas possibilidades de evoluções para a internet e suas redes sociais, seja para a busca ou compartilhamento de referências de profissionais e serviços.

E nesse contexto é importante destacar que para além de curiosos, é crescente o desenvolvimento de comunidades de pacientes, com engajamento e propósitos de mobilização de direitos indo de, e ao, encontro de indústrias e governos para melhores condições de acesso à medicamentos, dispositivos e procedimentos em geral.

A partir delas, os chamados e-pacientes compõem interfaces com médicos, executivos e políticos, e cumprem agendas importantes para o atendimento de seus interesses e que muitas vezes impulsionam medidas importantes para o desenvolvimento do segmento. Deixam de serem apenas usuários para se somarem aos protagonistas da saúde. Estar atento e integrado a esse movimento não é apenas questão de sobrevivência, mas condição essencial para a prosperidade.


Erika Baruco – jornalista, com especialização em comunicação corporativa, é diretora da Baruco Comunicação Estratégica, atuando há mais de 20 anos na gestão de comunicação de profissionais e instituições de saúde. Também é palestrante na disciplina de media training e gestão de crise comunicacional.

Texto originalmente publicado em Medicina SA

Comunicação para a geração de resultados

O título deste artigo pode parecer redundante, já que todos que atuam com a comunicação esperam dela bons resultados. Mas, o que muitas empresas nem sequer percebem é que atuam diária e informalmente com a comunicação em todos os seus processos, se relacionando com públicos interno, externo, clientes, parceiros, fornecedores… sob diferentes aspectos, sem se dar conta dos potenciais envolvidos.

Ou seja, independentemente da ciência aplicada da comunicação, enquanto ferramenta para estratégias e objetivos de negócios, ela está no cerne de todas as nossas práticas diárias, impactando nossos resultados. E se esta base não tem a percepção e o valor merecido, não evoluirá e nem sustentará qualquer outra forma de comunicação profissional por muito tempo.

O reflexo disso podemos ver nos canais efetivos de relacionamento que se desenvolvem rapidamente com recursos tecnológicos, em ritmo frequentemente além da capacidade das empresas absorverem, especialmente com a produção e interação de conteúdos de qualidade para dialogar com seus públicos de interesse. E como resultado, têm-se demandas e expectativas demais e aproveitamento de menos levando à frustação, perda de oportunidade, de conquista, venda e fidelização, entre outros.

Investir além da comunicação com imprensa, desenvolvendo conteúdos proprietários e se ancorando em mídias sociais e plataformas dos mais variados formatos e públicos, configura uma importante base de relacionamento que permite o “olho no olho”, mas também a “boca no trombone” com todos os cidadãos conectados. Estar fora destes meios já não é mais escolha, mas estar neles sem estratégia não só é desperdício como é perigoso.

Por isso, investir em comunicação 360o, qualificada e direcionada, que explore seus diferenciais e com a linguagem que seus públicos entendem e desejam é o único caminho para o sucesso. E isso vai além de investir em Big Data e afins, parte do princípio aplicado sobre todo o arsenal de comunicação investigado e investido.

E aí te pergunto: você e sua empresa estão preparados para se comunicar com o mundo para gerar bons resultados?

Felizes os que sabem delegar a comunicação

comunicação é essência do ser humano, base de todos os relacionamentos, começo, meio e fim de todos os processos interpessoais. Até aí, nenhum segredo. Mas, comunicação não é “só isso”. Ela também é ciência, conceito, estratégia, entre outros, que quando aplicados no universo corporativo preveem e previnem crises, estreitam canais, ampliam redes de contatos, oferecem suporte para o desenvolvimento de novos produtos e serviços, favorecem prospecções, constroem reputação, consolidam imagem, aumentam resultados de negócios.

Todos os itens citados acima parecem fáceis de conquistar, mas não são, pois como em qualquer área do conhecimento, a comunicação profissional requer estudo, pesquisa e experiência de especialistas.

Embora o ato de comunicar pareça sempre óbvio, a comunicação profissional não apenas precisa ter base e fundamento, mas também foco e dedicação para estar sempre se atualizando frente às novas dinâmicas de interação e divulgação propiciadas pelo desenvolvimento de novas tecnologias, ferramentas, meios e formas.

Dessa forma, assim como quando precisamos de um médico, um engenheiro civil, um mecânico ou advogado recorremos a um especialista e confiamos a ele a tarefa de nos auxiliar com seu conhecimento profissional, com a comunicação não podemos ser diferente.

Devemos delegar (de conferir e conceder representatividade, poder de fazer) a missão de comunicar algo com objetivo claro de resultado a um profissional (ou empresa) especializado e reconhecido, sem subestimar a técnica, o tempo, o planejamento, a estratégia e a execução envolvidos neste processo.

Isso não significa simplesmente entregar a comunicação sem participação, ao contrário, já que ninguém entende o negócio melhor que o seu dono, mas que se deve somar o conhecimento do seu core para que o core do outro some ao seu objetivo.

Parece simples, é simples, mas nem todos pensam ou agem desta maneira, consumindo tempo e energia fora de seu foco, sem atingir os resultados esperados com a comunicação. E a culpa não é dela… acredite!